Cacumbi

Provavelmente, o Cacumbi resulta da evolução e junção de elementos de outras danças e folguedos. Encontrado em vários municípios brasileiros, recebendo diferentes identificações dependendo da região, como variantes de congos e congadas: Ticumbi, Quicumbi ou Cucumbi. Em sua origem, remete a uma luta entre um rei negro e um chefe caboclo, sempre vencida pelo rei. O grupo é constituído apenas por homens, que se apresenta para louvar São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, vestidos de calça branca e camisa amarela. Trazem ainda um chapéu decorado com fitas coloridas e espelhos. O ritmo forte do batuque fala de sua origem, hoje resumida em uma série de volteios, na formação de dois cordões e em círculos contínuos voltando sempre às fileiras, no centro dos quais atuam o Mestre e o Contramestre, distintos dos demais componentes do grupo por usarem a camisa azul. A coreografia, embora simples, é muito vigorosa nos movimentos, retomando a feição guerreira que o gerou tão forte, com a força do batuque que impulsiona os movimentos que exigem preparo físico. Abaixados ou de pé, cruzando pernas, o rigor da dança está presente no ritmo marcado pelo tambor acompanhado do corror, da onça, do ganzá, do pandeiro, do reco-reco e do tamborim, tocados por todos os brincantes.

Meu São Benedito

É que venho lhe pedir

Eu quero que o Senhor abençoe

A força do meu Cacumbi.

A diferença dos timbres enriquece os cantos, mas o apito só é usado pelo Mestre e pelo Contramestre, para sinalizar o início ou o término dos cantos ou marcações rítmicas e lhes dá autoridade de chefia. Costumam se apresentar nas procissões de Bom Jesus dos Navegantes e no dia dos Santos Reis. Existem grupos nos municípios de Itaporanga D’Ajuda, Japaratuba, Lagarto, Laranjeiras, Maruim e Riachuelo.

 

Atualmente os Cacumbis não apresentam características temáticas, é antes, uma manifestação coreográfica, embora mantenham a louvação a São Benedito e a Nossa Senhora do Rosário. Alguns grupos se destacam entre os Cacumbis sergipanos: o de Mestre Deca de Laranjeiras, o do Mestre Juarez de Itaporanga D’Ajuda e o do Mestre Nêgo de Japaratuba.